A Última Chama de Orion: O Feiticeiro, o Guerreiro e o Robô Perdido no Tempo

A Última Chama de Orion

A Profecia da Última Chama

Nos confins do cosmos, além das nebulosas esquecidas e das galáxias em colapso, existe um segredo tão antigo quanto o próprio tempo. Os sábios estelares chamam de Última Chama de Orion, uma centelha primordial forjada no nascimento do universo, capaz de sustentar o equilíbrio entre luz e trevas.

Durante milênios, a Última Chama permaneceu oculta no Templo de Orion, protegida por encantamentos que nenhum ser vivo ousaria desafiar. Mas a profecia sempre alertou: “Quando as sombras consumirem as estrelas e o vazio engolir os mundos, três viajantes se erguerão contra a noite infinita. Somente juntos eles reacenderão o fogo e afastarão a escuridão.”

Agora, esse momento chegou.

Das profundezas do abismo cósmico, o Império das Sombras se move. Suas naves espectrais deslizam silenciosas pelo vácuo, consumindo planetas e apagando sóis. Seu líder, o temível Lorde Kael’Thar, descobriu a existência da Última Chama e deseja usá-la para remodelar o universo à sua vontade. Se ele conseguir tomar esse poder, não haverá mais luz, esperança ou liberdade.

Mas o destino já escolheu seus campeões.

Um feiticeiro cósmico, que domina as energias das estrelas e guarda conhecimentos proibidos.

Um guerreiro estelar, exilado de seu próprio povo, forjado em batalhas que desafiaram a eternidade.

E um robô ancestral, cujo coração mecânico pulsa com segredos que nem mesmo o tempo pode apagar.

Eles não se conhecem. Ainda não sabem de suas missões. Mas algo já os conecta: um chamado invisível, sussurrado pelas marés do espaço-tempo.

O relógio do universo se aproxima da meia-noite. A Última Chama vacila. O destino de todos os mundos depende da coragem desses três.

A jornada começa agora.

Capítulo 1 – O Chamado das Estrelas

O universo sussurra segredos para aqueles que sabem ouvir. No silêncio infinito entre as galáxias, nas marés invisíveis do espaço-tempo, um chamado ecoava — um aviso antigo, um presságio inevitável.

Kael ergueu os olhos para o vórtice cósmico que girava acima de seu santuário. As estrelas tremulavam, como se estivessem à beira da extinção. O Feiticeiro Cósmico, guardião dos mistérios do universo, sentiu a vibração da profecia pulsando em sua pele. A Última Chama de Orion estava se apagando.

Ele não era um homem comum. Vestia um manto tecido com poeira estelar, e sua mente era um labirinto de conhecimentos proibidos. Kael dominava a energia primordial, aquela que moldava planetas e incendiava sóis. Mas nem mesmo seus feitiços poderiam deter a escuridão sozinho.

O destino já lhe revelara os outros dois.

Ragnar, o Guerreiro Estelar. Um nome sussurrado com reverência e medo entre as civilizações da Orla Exterior. Ele era um titã entre os combatentes, um estrategista imbatível… e um traidor. Exilado pelo próprio império, vagava entre os destroços de mundos que ajudara a destruir. Agora, bebia em tabernas esquecidas, esperando o dia em que seu passado o alcançaria.

Mas Ragnar ainda tinha um papel a cumprir.

E então, havia V1-KTOR.

Diferente dos autômatos que serviam impérios e reis, V1-KTOR era antigo — mais antigo do que qualquer civilização existente. Seu corpo de metal escuro guardava segredos codificados antes mesmo que as estrelas tomassem forma. Esquecido em um planeta morto, ele esperava. Sempre esperou.

E agora, o tempo chegara.

Kael fechou os olhos e sentiu o peso do destino. O chamado das estrelas não podia ser ignorado. Se não encontrasse os outros dois a tempo, a Última Chama seria consumida pela escuridão.

O feiticeiro deu um passo à frente, murmurando um feitiço ancestral. A poeira ao seu redor girou em espirais luminosas. As portas do espaço se abriram.

A busca havia começado.

Capítulo 2 – A Lenda Proibida e o Portal do Tempo

O planeta não tinha nome. Ou, se um dia tivera, o tempo o apagou, assim como fez com suas cidades, oceanos e vida. Agora, era apenas um deserto de cinzas, iluminado por um sol moribundo que lançava sombras impossíveis sobre ruínas esquecidas.

Foi ali que o feiticeiro, o guerreiro e o robô ancestral se encontraram.

Kael foi o primeiro a chegar, guiado pelos sussurros da profecia. Ragnar veio logo depois, desconfiado, mão firme sobre o cabo de sua lâmina luminosa. E então, do silêncio metálico das areias negras, surgiu V1-KTOR. Seus olhos de cristal brilharam com reconhecimento. Ele já estivera ali antes.

Diante deles, uma estrutura colossal emergia do solo devastado. O Templo de Orion, esculpido em pedra alienígena, resistira ao colapso de eras inteiras. Mas seus portões estavam selados, cobertos por símbolos que dançavam na superfície como fogo líquido.

— A Última Chama está além destas portas, disse V1-KTOR, sua voz reverberando como um eco mecânico. Mas o caminho está trancado no tempo.

Kael passou os dedos pelas runas brilhantes. Conhecia aqueles signos. Conhecia a história proibida que carregavam.

— Há um portal temporal escondido dentro do templo, murmurou. Mas a lenda fala de um preço…

Ragnar franziu a testa. Ele não gostava de lendas. Preferia aço e estratégia, não enigmas e mistérios.

— E que preço seria esse?

O robô virou lentamente a cabeça. Seus olhos cintilaram.

— Um sacrifício.

O silêncio pesou como chumbo.

— Atravessar o portal exige mais do que magia ou força. É necessário que um de nós permaneça para trás. Para sempre.

O guerreiro cerrou os punhos. O feiticeiro olhou para o horizonte, sentindo o tempo se encurtar. O Império das Sombras já sabia onde eles estavam.

E a noite trazia consigo uma tempestade de destruição.

Capítulo 3 – O Império das Sombras Ataca!

O espaço se contorcia ao redor deles. O buraco negro à frente consumia luz, matéria e tempo, enquanto a gravidade distorcia a realidade em espirais infinitas. Foi ali, na beira do abismo, que o Império das Sombras lançou seu ataque.

As naves inimigas surgiram como espectros, deslizando silenciosas da escuridão. Eram centenas. Seus cascos negros absorviam a pouca luz que restava, transformando-as em sombras vivas. A Última Chama estava perto demais, e eles não permitiriam que o trio chegasse ao portal.

Ragnar rosnou uma maldição. Seu sangue de guerreiro ardia.

— Chega de esconderijos. Vamos acabar com isso.

Ele saltou para o campo de batalha. Sua lâmina de energia reluziu como um cometa, cortando o vazio ao redor. Uma nave desceu rápido demais, e ele a atingiu com precisão brutal, partindo-a em duas antes que ela explodisse. Ragnar era uma tempestade de destruição.

Kael, ao lado, desenhou símbolos arcanos no ar, conjurando barreiras invisíveis para deter os disparos inimigos. Cada vez que um raio mortal vinha em sua direção, a magia desviava o ataque, transformando fogo em poeira estelar.

— Eles são muitos! — avisou o feiticeiro, enquanto um jato de plasma passou rente ao seu rosto.

Mas o pior ainda estava por vir.

Uma nave de comando abriu suas portas e despejou soldados sombrios, guerreiros sem rosto, moldados de puro vazio. Eles não tinham medo, não tinham alma. Eram apenas armas nas mãos do império.

Foi então que Ragnar gritou. Um dos espectros o atingira no ombro, e a dor rasgou seu corpo como uma lâmina de gelo. Kael tentou protegê-lo, mas os inimigos avançavam rápido demais.

V1-KTOR, que até então se mantivera imóvel, ativou sua programação de batalha. Seus olhos brilharam em um padrão frenético. Em segundos, hackeou as defesas das naves inimigas. Luzes vermelhas piscaram nos painéis. Alarmes soaram.

— Sistema comprometido. Desativação iniciada.

As naves começaram a cair. O império estava recuando.

Nesse instante, o portal se abriu. Mas em vez de revelar um caminho seguro, uma presença despertou. Algo antigo. Algo vivo.

A Última Chama de Orion não era apenas poder. Era uma entidade.

E ela estava escolhendo seu portador.

Capítulo 4 – O Escolhido e o Sacrifício

O brilho da Última Chama de Orion era diferente de qualquer luz no universo. Ela pulsava, viva, consciente, como se observasse os três viajantes. Seu calor não queimava, mas reverberava na alma, examinando cada um deles.

Então, ela escolheu.

A energia dourada se moveu, envolvendo Ragnar em espirais flamejantes. O guerreiro caiu de joelhos, sentindo a força cósmica correr por suas veias. Ele viu o passado, o presente e o futuro entrelaçados. Viu mundos nascendo e morrendo, viu as batalhas que ainda travaria e os reinos que dependeriam dele.

Kael observou em silêncio. Ele compreendia o que aquilo significava.

— A Última Chama reconheceu sua alma, disse o feiticeiro. Você é o escolhido.

Ragnar ergueu os olhos. O peso do destino agora repousava sobre ele. Mas havia um preço.

V1-KTOR deu um passo à frente. Seu corpo metálico, marcado pelo tempo, refletia a luz da chama.

— O portal precisa de um sacrifício, disse o robô, sua voz calma, quase… humana. Alguém deve permanecer.

Kael apertou os punhos.

— Não. Deve haver outro caminho.

V1-KTOR olhou para ele. Nos fragmentos de sua memória, imagens antigas despertaram. Ele lembrava de uma época em que não era apenas uma máquina. Houve um tempo em que teve um propósito.

— Meu tempo já passou, afirmou. Mas vocês… ainda têm um futuro para proteger.

O portal começou a ruir. As estruturas do templo tremiam, e além do horizonte, o Império das Sombras se reagrupava.

Ragnar abriu a boca para protestar, mas V1-KTOR já havia tomado sua decisão. Ele se voltou para a Última Chama e tocou sua superfície incandescente. Seu corpo começou a se dissolver em luz.

— Vão. Antes que seja tarde.

Kael e Ragnar atravessaram o portal segundos antes de tudo desmoronar. A última imagem que viram foi V1-KTOR, de pé, diante da Chama, sorrindo pela primeira vez em eras.

Então, o portal se fechou, e o templo foi engolido pelo tempo.

Capítulo 5 – O Retorno e a Nova Era

Atravessar o portal foi como cair em um oceano de luz e tempo. Kael e Ragnar emergiram nas ruínas de Orion, o berço das estrelas, onde a civilização mais antiga do universo aguardava seu destino. E desta vez, o destino estava em suas mãos.

A Última Chama pulsava nas palmas de Ragnar, sua energia vibrando como um coração cósmico. Ao redor, os sobreviventes de Orion saíam de seus esconderijos. Eles temiam que tudo estivesse perdido. Mas quando viram a luz sagrada reluzindo no punho do guerreiro, entenderam.

A Chama havia voltado.

O efeito foi imediato. Sem a fonte de poder da Última Chama, o Império das Sombras entrou em colapso. Seus exércitos, outrora invencíveis, começaram a ruir como castelos de poeira. Naves caíram do céu, fortalezas desmoronaram, e seus líderes, privados da energia que sustentava sua existência, desapareceram na escuridão.

Kael observou tudo de longe, sentindo o peso do tempo em seus ombros. O equilíbrio havia sido restaurado. Mas ele sabia que seu papel ali estava concluído.

Ragnar, agora marcado pela luz da Chama, ajoelhou-se diante do altar de Orion. Ele não era mais apenas um guerreiro. Tornara-se algo maior.

— A Chama escolheu você, disse Kael, aproximando-se. Você é seu guardião agora.

Ragnar não respondeu de imediato. Seu olhar percorreu as estrelas, lembrando-se de tudo que perdera e de tudo que havia conquistado. Ele nunca quisera carregar um fardo tão grande. Mas, no fundo, sempre soubera que esse era seu destino.

— Orion precisará de um protetor, respondeu por fim. Eu ficarei.

Kael assentiu. O feiticeiro sabia que sua jornada não terminava ali. O universo era vasto, e o tempo sempre trazia novos mistérios a serem desvendados.

Antes de partir, uma última mensagem ecoou pelo espaço. Uma voz metálica, familiar, carregada pela eternidade.

— O tempo é um ciclo. Um dia, nos encontraremos de novo.

Kael sorriu. V1-KTOR poderia ter partido, mas, de alguma forma, ainda estava ali. E assim, com a Última Chama acesa e o universo restaurado, a nova era de Orion começou.


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